*Este texto é dedicado a três amigos amados que morreram vítimas do câncer em 2013: Almir Pinheiro , Ivan Souza da Glória e João Anacleto.
Convivemos com pessoas no limite de suas desilusões.Seres com sentimentos arranhados e com feridas de morte.Neste momento, quase nos desesperamos juntos ou,realmente,nos desesperamos.Podemos perder as pessoas na velocidade de um flash fotográfico,mas,também,os perdemos a conta-gotas.Como isto dói! Pessoas amadas acometidas por doenças terríveis,que vão consumindo a todos,física e espiritualmente.Quase duvidamos da existência de Deus.
Os olhos de quem ama podem refletir de tudo: desde a piedade extrema ao incentivo contagiante.Deveria haver um manual prático de como suportar tanta dor.Mas não há! Mesmo porque,cada situação requer uma atitude.Mas o amor pode ser definitivo nestas horas.O entendimento dos planos de Deus sobre aquela vida em fim de existência terrena,tem como base nossa nossa preparação espiritual.Está ali se cumprindo a ordem natural das coisas,mesmo de maneira dolorida,Deus faz assim!O entrelaçar das mãos,o olhar choroso e comprometido,são quase o que sobra.Sabe-se de um fim muito próximo,mas é preciso cumprir esta etapa com firmeza.Precisamos escolher entre o prolongamento da dor e o descanso.A despedida das despedidas é para os fortes!
Me conforta saber que temos o alento da Vida Eterna para aqueles que se entregaram a Jesus.Me conforta saber que cumprimos nosso dever em viver em comunhão ao longo da vida.Perdi gente que amava,uns rápido,outros lentamente.O que mudou foi o meu olhar sobre nossa fugaz existência humana.De fato,Renato Russo tinha razão:"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã,pois ,na verdade,não há".Mas a razão do poeta não contemplava algo que pode mudar tudo:A Salvação Eterna!