Ontem,apertei as mão calejadas de um homem,acabávamos de nos conhecer.Seu ar rústico não combinava com a mansidão das palavras.Breve encontro,longa reflexão: temos nos dedicado a compreender e amar uns aos outros? Esta correria desenfreada da vida não deixa espaço para nos aprofundarmos nas amizades,criar laços,conhecer bem.As pessoas vão passando por nossas vidas como peças de automóveis nas esteiras de montagens das fábricas.Aparentemente,somos todos iguais,mas são nos detalhes que encontramos o perfume do querer bem.Viver em comunhão necessita muita atenção,pois outra música que me marcou cravava:"os olhos de quem ama diz o que o coração não quer".Pelos olhares evasivos e distantes que tenho encontrado,acredito que haja pouco amor nos dias de hoje.
A hostilidade reinante é criada pelo distanciamento das coisas simples.Se não temos tempo para nos conhecermos,sempre haverá desconfianças.Aí eu fico com Gonzaguinha e a pureza da resposta das crianças!Seria lindo se pudéssemos despudoradamente interagirmos como fazem as crianças.O tempo vai passando,nós vamos passando,e,de repente,tarde demais,descobrimos que,na caça de nós mesmos,nos ausentamos do mundo e das oportunidades que nos foram dadas de amar,viver em comunhão,fazendo assim com que a preciosa dádiva de viver tenha valido a pena.Deixe a vida te surpreender,por de trás de uma mão rústica,calejada,pode vir uma voz doce que te fará refletir,como eu,que estamos nos permitindo muito pouco.Permita em sua vida a comunhão necessária para poder ser feliz.
