segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

CINQUENTÃO.

Uma rua empoeirada foi o meu universo infantil.Ali brincávamos de tudo,desde uma peladinha,bola de gude,pique lata,enfim,coisas que vejo pouco hoje em dia.Havia um samba que dizia assim:"todo menino é um rei" e eu reinei!Um reino que me deixou marcas indeléveis,um reinado que produziu um homem esperançoso,mas,acima de tudo, um lutador.Estou próximo de meu cinquentão,isto tem me feito refletir demasiadamente  sobre o que fiz na minha única oportunidade de vida.Na média, foi um sucesso!!!
Um outro samba de Cartola dizia:"ainda é cedo amor,mal começastes a conhecer a vida".Tenho procurado contar os anos de minha vida com esperanças,mas os vejo passando sobre o meu corpo e minha vida com a velocidade da luz e com a força de um moedor de pedras.Cada vez que vejo o anúncio de uma morte,olho para a idade do falecido e me ponho a fazer contas.Morreu com 68,caramba!Se morrer com esta idade,só tenho mais 18 anos de vida.Tem sido a minha neura.Nada que esteja me tirando o sono,mas surge,vez ou outra,no meu imaginário de"senhor" de meia idade.Quando olho para minha esposa e a pequena Cecília,vejo o quanto mais preciso ficar por aqui,quantas oportunidades se oferecem para nosso,digamos assim,encurtado futuro.
Descobri,por linhas tortas,que preciso cuidar da saúde.Percebi o quanto fui inconsequente com a máquina que Deus me deu.Porém,ainda há tempo para preservação do que resta,é o que vou fazer: ter cuidado.Também, é o que me resta!Como fazer isto sem perder a alegria de viver? O principal é olhar para os que te amam e saber que não estamos sozinhos.O Deus que eu sirvo e amo,já sabe certinho a hora que me buscará,isto me conforta muito.Contudo,sinto que foi Ele mesmo que tratou de despertar em mim este cuidado.Sabe o que mais me encabula? Olho pro meu corpo,para minha trajetória e percebo a força do menino pobre e catarrento,que,no seu reino infantil,acreditou,quando diziam que era impossível,que seria um vencedor.Se Deus me trouxe até aqui,vou viver está última parte da minha vida como quem sabe que ainda é cedo,mas tem urgência de viver cada momento como se fosse a última oportunidade.